Discursos Anteriores ao Século XX

Discurso proferido por Napoleão Bonaparte, em 16 de Agosto de 1807, no Palácio Bourbon sobre a «Situação do Império», perante o Corpo Legislativo, o Tribunal e o Conselho de Estado franceses.

Senhores deputados dos departamentos no Corpo Legislativo, senhores tribunos e membros do meu Conselho de Estado.
Desde a vossa última sessão, novas guerras, novos triunfos, novos tratados de paz mudaram a face da Europa política.
Se a Casa de Brandemburgo, que foi quem primeiro conjurou contra a nossa independência, ainda reina, deve-o à sincera amizade que me inspirou o poderoso imperador do Norte.
Um príncipe francês reinará no Elba: saberá conciliar os interesses dos seus novos súbditos com os seus mais importantes e mais sagrados deveres.
A Casa da Saxónia recuperou, após 50 anos, a independência que tinha perdido.
Os povos do ducado de Varsóvia, da cidade de Danzig, recuperaram a sua pátria e os seus direitos.
Todas as nações rejubilam, em comum acordo, ao ver a influência perniciosa que a Inglaterra exercia sobre o continente destruído sem possibilidade de regresso.
A França está unida aos povos da Alemanha pelas leis da Confederação do Reno; aos da Espanha, da Holanda, da Suíça e das Itálias, pelas leis do nosso sistema federativo. As nossas novas relações com a Rússia estão cimentadas pela estima recíproca destas duas grandes nações.
Em tudo o que fiz, tive em vista unicamente a felicidade dos meus povos, mais importantes para mim do que a minha própria glória.
Desejo a paz marítima. Nenhum ressentimento influenciará, alguma vez que seja, as minhas decisões. Não o saberia ter contra uma nação, jogo dos partidos que a dilaceram e enganada sobre a situação dos seus negócios, assim como em relação aos seus vizinhos
Mas qualquer que seja o resultado que os decretos da Providência decidirem sobre a guerra marítima, os meus povos ver-me-ão sempre igual a mim mesmo, e eu continuarei a ver os meus povos dignos de mim.
Franceses, o vosso comportamento nestes últimos tempos, enquanto o vosso Imperador esteve afastado mais de 500 léguas, aumentou a minha estima e a opinião que tinha sobre o vosso carácter. Senti-me honrado em ser o primeiro de entre vós. Se, durante estes dez meses de ausência e perigos, estive presente no vosso pensamento, as marcas de amor que vós me destes provocaram-me constantemente as mais vivas emoções. Todas as preocupações, tudo o que podia ter a ver com a conservação da minha pessoa, não me tocavam senão pelo interesse que vós mostrastes e pela importância que ela podia ter para o vosso destino futuro. Sois um bom e grande povo. 
Pensei em várias disposições para simplificar e aperfeiçoar as nossas instituições.
A nação retirou importantes benefícios do estabelecimento da Legião de Honra. Criei diferentes títulos imperiais para dar um novo brilho aos mais importantes dos meus súbditos, para honrar brilhantes serviços com brilhantes recompensas, e também para impedir o regresso de qualquer título feudal, incompatível com as nossas instituições.
Os relatórios dos meus ministros das Finanças e do Tesouro público farão conhecer o estado próspero das nossas finanças. Os meus povos sentiram uma importante diminuição na contribuição predial.
O meu ministro do Interior dar-vos-á a conhecer as obras que foram começadas ou acabadas; mas o que falta fazer é ainda mais importante, já que quero que em todas os lugares do meu Império, mesmo no mais pequeno lugar, o bem-estar dos cidadãos e o valor das terras sejam aumentados devido ao sistema geral de melhorias que concebi.
Senhores deputados dos departamentos no Corpo Legislativo, a vossa ajuda ser-me-á necessária para chegar a este grande objetivo, e tenho o direito de contar constantemente com ela.








Discurso realizado por Abraham Lincoln em 19 de Novembro de 1863, na cerimónia de inauguração do Cemitério Militar de Gettysburg, no local onde se tinha dado a batalha do mesmo nome.
"Um governo do povo, pelo povo e para o povo, consagrado ao princípio de que todos os homens nascem iguais."

Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.
Encontramo-nos actualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.
Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.
O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.
Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação com a graça de Deus venha gerar uma nova Liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da terra.

 
 
 

Numa montanha na costa Norte do Mar da Galileia, perto da cidade de Cafarnaum no ano 30 d.c.:

"(...) Jesus, vendo aquelas multidões, subiu à montanha e sentou-se e os seus discípulos aproximaram-se, e foi ai que Ele começou a pregar o seu poderoso sermão ao ar livre (...)"

"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por Minha causa.

Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa nos Céus; porque também assim perseguiram os profetas que vos precederam."




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